Rotina alimentar do bebê

A transição alimentar é um dos períodos que mais geram dúvidas e inseguranças nos pais. Passada a fase de amamentação exclusiva – que vai do nascimento ao final do sexto mês -, a criança pode começar a experimentar alguns alimentos. Mas para que o processo de transição alimentar seja bem sucedido, um dos principais aspectos a ser observado é a nova rotina alimentar do bebê.

Crianças precisam de rotina. E faço essa afirmação sem nem pensar no aspecto comportamental da pequenina ou pequenino – que também é bem importante. Crianças precisam de rotina porque o corpo “programado” desenvolve-se melhor, fisiologicamente falando. Quanto mais nova é criança, mais importante é a rotina para o fortalecimento da sua saúde física e mental.

É a regulação da rotina que permite a liberação adequada dos hormônios da pequenina ou pequenino. O famoso GH, o hormônio do crescimento – conhecido assim por ser a sigla do seu nome em inglês, growth hormone -, é liberado enquanto dormimos tendo seus picos de liberação durante o sono profundo. Portanto, se a criança tem hora para dormir e dorme por muitas horas, ela tende a crescer mais.

O tempo de sono é um importante fator para estabelecer o dia-a-dia das crianças e interfere diretamente na rotina alimentar do bebê. Mas além das sonecas, outras atividades são muito importantes para a programação diária dos pequenos.

Transição alimentar

 

Mais frágil, mas não o mais importante

Quem acompanha os textos aqui do site e as postagens no Instagram já me ouviu falar algumas vezes do quão imaturo é o sistema imunológico do recém-nascido. No texto sobre vacinas eu reforço a importância delas na proteção dos bebês contra vírus e outros microrganismos.

Quanto mais nova a criança, naturalmente mais frágil é a sua saúde. Mas esta não é uma condição especial e sim passageira – a cada dia o bebê vai ficando mais e mais forte. Papais e mamães devem tratar o bebê como diferente, mas não mais especial que os outros membros da família, principalmente se ele tiver irmãos também em fase infantil.

Digo isso porque a rotina alimentar do bebê deve respeitar os horários das refeições da família. É fundamental, para o desenvolvimento cognitivo da pequenina ou pequenino, que ele participe do momento da refeição: que ele veja seus pais e irmãos, ouça suas vozes, sinta os cheiros… Todas essas referências são informações importantes que, inconscientemente, vão sendo absorvidas pelo bebê. E nos importantes momentos do sono, ele vai fixar esses dados, formar memórias e, aos poucos, irá reconhecer quem são seus familiares.

 

Rotina alimentar do bebê: cuidados a serem observados

Como já dissemos, o início da fase de transição alimentar coincide com um período de grande desenvolvimento neuropsicomotor. Portanto, nessa etapa, é fundamental que o bebê foque toda sua atenção na dinâmica da mesa.

Dessa forma, qualquer tipo de distração – especialmente as que capturam rapidamente a atenção de pequeninas e pequeninos – deve ser evitada. Bebês não devem estar expostos à televisão ou qualquer outro tipo de tela enquanto se alimentam.

Outro cuidado a ser observado é a adaptação do mobiliário para que o bebê participe da refeição. Caso seja possível, a criança deve estar sentada à mesa, em cadeirinha com suas devidas adaptações, próprias para cada idade.

Na realidade de muitas mães, o início da fase de transição alimentar se sobrepõe à rotina de amamentação. Mesmo a partir do sétimo mês o leite pode continuar sendo oferecido sobre a forma de livre demanda. Entretanto, caso a pequenina ou pequenino apresente sinais de fome em horários próximos às principais refeições do dia – café da manhã, almoço e jantar – recomenda-se que, nesses casos, a amamentação seja substituída por alimentos, respeitando a evolução das fases da transição alimentar.

Papais e mamães que mantêm as consultas de puericultura em dia recebem essas e outras instruções no consultório. Aproveito as consultas para tirar as dúvidas e tratar as especificidades de cada pacientezinho.

Se você está insegura com a inserção de algum alimento na dieta de sua filha ou filho ou com a nova rotina alimentar do bebê, entre em contato e agende sua consulta. Irei te orientar adequadamente sobre cada alimento. Caso sua pequenina ou pequenino necessite de uma dieta especial na fase de transição alimentar, entre em contato com a pediatra. Ela recomendará o acompanhamento de outros profissionais, como uma nutricionista especializada em nutrição materno infantil, para preparar uma dieta que atenda todas as peculiaridades do seu filho.