Transição alimentar

A alimentação de uma criança sofre uma grande alteração com o passar do tempo, especialmente no início da sua vida. Nos primeiros seis meses, a alimentação da criança deve ser constituída exclusivamente pelo leite materno ou fórmulas infantis quando o aleitamento materno for impossibilitado. Passados os primeiros seis meses, inicia-se a transição alimentar, popularmente conhecida como “introdução alimentar”.

A partir do segundo semestre de vida da criança, pais já podem introduzir alimentos complementares ou de transição. Contudo, devem manter o leite materno ou fórmula infantil, uma vez que eles serão a fonte láctea da criança.

Alguns aspectos são muito importantes de serem observados na transição alimentar das crianças. Vamos lista-los ponto a ponto:

 

Rotina

É o principal aspecto a ser observado. Bebês precisam de rotina na alimentação e também de sono e em suas atividades.

Transição alimentar

 

O horário mais próximo do utilizado pela família para o almoço ou jantar deve ser o escolhido para a introdução de nova refeição. Essa prática habitua a criança à rotina familiar.

Evite oferecer as refeições perto de outras distrações, como a televisão. O horário da refeição é somente da refeição.

Preferencialmente o bebê deve fazer suas refeições junto com os outros membros da família, sentado à mesa de jantar – observando, obviamente, as devidas adaptações.

 

Quantidade, escolha e preparo dos alimentos na fase de transição alimentar

A criança deve comer o quanto desejar, respeitando o seu ritmo, sem ser forçada.

Prefira sempre alimentos sem agrotóxicos. Eles devem ser devidamente higienizados com água, detergente e, sempre que necessário, água sanitária ou cloro. Retire a casca sempre que possível.

Os alimentos devem ser inicialmente oferecidos de forma pastosa – papas ou purês. Gradualmente a consistência deve ser aumentada. Os alimentos mais macios já podem ser oferecidos em pedaços.

A primeira semana da fase de transição alimentar deve iniciar-se com frutas. Já na segunda ou terceira semanas, deve ser introduzida uma papinha “de sal”. Na terceira ou quarta semanas deve ser introduzida uma segunda papinha “de sal”.

O que deve conter a papinha “de sal”:

  • 1 fonte de carboidrato: arroz, macarrão, tubérculos (batata, batata doce, abóboras) e raízes (mandioca, inhame).
  • 1 fonte de lípides (1 colher de sobremesa): óleos vegetais (soja, milho, girassol, canola) ou azeites de oliva. Preferir o azeite extra virgem cru.
  • 1 leguminosa: feijão, vagem, lentilha, ervilha.
  • 1 fonte de proteínas: carnes de boi ou porco, frango, vísceras, peixe ou ovo.
  • 2 a 3 verduras ou legumes: tomate, cenoura, brócolis, couve-flor, alho poró, couve, espinafre, batata baroa, berinjela, beterraba, pimentão, pepino, etc.

A carne, que deve ser desfiada ou moída, pode ser cozida junto com os legumes. Ela pode ser substituída por ovo cozido em uma das refeições, desde que se tenha o cuidado de oferecê-lo separado inicialmente – isso é importante para testar a tolerância da criança ao alimento.

Não é obrigatório seguir rigidamente essa constituição da papinha. Pode faltar um ou dois nutrientes. Mas de maneira geral, eles devem estar presentes no dia a dia.

A papinha não deve conter sal. Utilize temperos alternativos, como cheiro verde e cebola. Não use pimenta nem temperos industrializados.

Atenção: sempre evite preparar o alimento em sua forma líquida ou liquidificada. Ela tem baixa concentração calórica, o que gera risco nutricional para a criança.

Depois da forma pastosa, os alimentos devem ser oferecidos amassados. Progressivamente vá assemelhando a consistência da refeição à de um adulto, até o final do primeiro ano.

 

Quais alimentos podem e quais não podem de jeito nenhum!

A introdução de alimentos possivelmente alergizantes deve ser realizada a partir dos seis meses. Protelar a introdução de alimentos potencialmente alergênicos, como ovos e peixes, não reduz o risco de alergias, mesmo nas crianças que podem, potencialmente, desenvolvê-la.

Evite alimentos ricos em açúcar: sucos de caixinha, refrigerantes, biscoitos recheados, achocolatados, balas, etc. E lembre-se que menores de um ano não devem consumir o mel!

Evite frituras!

 

Não aceitação de determinados alimentos

A fase de transição alimentar é um período de adaptação a novas texturas, sabores… Portanto é natural que a criança recuse certos alimentos. Isso não significa que o bebê não gosta; ele simplesmente ainda não se adaptou ao sabor ou à textura. Sendo assim, ofereça o alimento repetidas vezes, geralmente em intervalos de uma semana.

Uma maneira que pode ajudar na aceitação do alimento é modificar a maneira que ele é preparado. Para concluir que o bebê não gosta daquele alimento, ele deve recusá-lo dez vezes.

No início da introdução de novos alimentos, se a criança recusar determinada refeição, não se desespere. Ofereça o peito ou a mamadeira e, no dia seguinte, ofereça a refeição novamente, modificando os ingredientes ou o preparo.

 

Exemplo de um dia na alimentação da criança em fase de transição alimentar

  • 6 horas (ou hora que a criança acordar): seio materno ou mamadeira com fórmula infantil (NAN®, Aptamil®, Enfamil®).
  • 9 horas (ou meio da manhã): fruta.
  • 12 horas (ou hora do almoço): papinha de sal. Podem ser oferecidas frutas como sobremesa quando o bebê maior (9 meses).
  • 15 horas (lanche da tarde): fruta.
  • 18 horas (jantar): papinha de sal.
  • 21 horas (ceia): seio materno ou mamadeira com fórmula láctea.
  • 00 horas: seio materno ou mamadeira com fórmula láctea.

Não se esqueça de oferecer água ao bebê no intervalo das refeições! A quantidade correta é o tanto que ele quiser.

Durante o dia, a maioria dos bebês precisa de uma “sonequinha”.

Os horários não são rígidos. Cada família possui uma rotina. O importante é o bebê estar bem adaptado à rotina familiar.

 

Alimentação faz parte do desenvolvimento neuropsicomotor!

A criança deve participar na alimentação, evoluindo da passividade inicial para a quase autonomia ao final do primeiro ano, mas ainda sob supervisão. Aos 7 a 8 meses, ela deve ser estimulada a comer alimentos sólidos com a própria mão, aos nove a usar o copo para ingerir sucos e água e a colher para se alimentar. O uso da mamadeira deve ser desestimulado a partir dos 12 meses de idade. Deixe o seu bebê se sujar!

Ao final do primeiro ano de vida, a criança já poderá utilizar a mesma alimentação da família no almoço e no jantar, desde que adaptada à sua capacidade mastigatória, além de duas a três refeições lácteas diárias – lembre-se de evitar os achocolatados e o açúcar! Deverá ingerir frutas, totalizando cinco a seis refeições por dia. Os sucos de frutas naturais devem ser evitados. Quando oferecidos, não ultrapassar 100 ml uma vez ao dia e não adicionar açúcar.

Evite a monotonia alimentar! Varie os alimentos, bem como o modo de prepará-los.

"Auxiliar no crescimento e no desenvolvimento da criança de uma forma saudável é o meu propósito"

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