Alimentação e fórmula infantil

Quem lê os meus textos já me viu defender mais de uma vez que, sempre que possível, a amamentação deve ser a única forma de alimentação das crianças nos primeiros seis meses de vida. Contudo há casos em que o aleitamento materno exclusivo não é possível. Portanto, neste texto, vou tratar dos casos de exceção e tentar tirar as dúvidas sobre alimentação e fórmula infantil.

Para começar, é importante deixar claro que as fórmulas são uma alternativa de suplementação na alimentação infantil e não são usadas apenas nos primeiros seis meses de vida do bebê. Na etapa de transição alimentar, as fórmulas podem ser usadas para substituir os momentos de amamentação.

Mas o que são as fórmulas? E em quais casos elas são recomendadas?

Transição alimentar

 

Alimentação e fórmula infantil: do que esta é composta?

De acordo com o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras Menores de Dois Anos, desenvolvido pela Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, as fórmulas infantis são, depois do leite materno, o produto mais adequado ao organismo do bebê de até seis meses de vida. Elas são reguladas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (a Anvisa), que as define como produtos, utilizados sob prescrição, especialmente fabricado para satisfazer as necessidades nutricionais de crianças de até 36 meses. A Anvisa tem regulações específicas para fórmulas destinadas a bebês de até seis meses e para crianças que têm de seis meses a três anos.

Fórmulas infantis são compostas de leite de vaca modificado. Cada tipo de fórmula vai receber alterações específicas. Em geral, são modificadas as quantidades de proteínas, sódio, gorduras, açúcares, vitaminas e minerais para chegar a uma fórmula que seja adequada à necessidade daquela criança.

As fórmulas infantis podem ser divididas em cinco grandes tipos:

  • Para prematuros → além de possuir a composição nutricional que um bebê prematuro precisa, esse tipo de fórmula é modificada para facilitar a digestão do recém-nascido
  • Para a fase 1 → desenvolvidas para atender as necessidades de um bebê saudável de até seis meses de vida que não pode se alimentar exclusivamente de leite materno, as fórmulas para a fase 1 tem a lactose como o principal carboidrato.
  • Para a fase 2 → as fórmulas para a fase 2 são produzidas para crianças saudáveis que possuem de seis meses a três anos de vida. O diferencial desta fórmula é o alto teor de ferro, mineral muito importante para o desenvolvimento da criança
  • Sem lactose → produzidas para crianças com intolerância à lactose. Normalmente é prescrita para bebês que estão com a flora intestinal alterada e, consequentemente, estão com uma capacidade diminuída de digerir a lactose. Geralmente essa capacidade diminuída é passageira e, portanto, o uso dessa fórmula costuma ser temporário.
  • Hipoalergênicas → fabricada à base de proteína do soro do leite  hidrolisada. Essa fórmula é direcionada para crianças que têm alergia à proteína do leite de vaca. 

 

Em quais casos as fórmulas são recomendadas?

Para bebês de até seis meses, as fórmulas são indicadas apenas quando não é recomendado que a mãe amamente. São situações raras, mas podem acontecer.

Em quadros de algumas infecções virais – pelos vírus HTLV1, HTLV2 ou pelo HIV, vírus da Aids -, a mãe não deve amamentar. Mulheres que fazem uso de determinados medicamentos, especialmente os que são usados para tratar diversos tipos de câncer, também não devem amamentar.

Certos tipos de exames, que demandam o uso de radiofármacos, colocam a mulher numa condição temporária de impossibilidade de amamentação.

A exceção desses casos, as fórmulas infantis só devem ingressar na alimentação sob prescrição médica. Para recomendá-la, a pediatra analisará a condição da criança para verificar se há necessidade de suplementação na alimentação infantil. Normalmente essas situações são mais frequentes com bebês prematuros de até seis meses ou com crianças que manifestam alguma alergia alimentar. Mas mesmo nesses casos, a pediatra deve avaliar a criança antes de prescrever a fórmula.

Nunca é demais lembrar que a alimentação de bebês, crianças e adolescentes deve ser a mais natural possível e que a amamentação, sempre que possível , deve ser a única forma de alimentação das crianças nos primeiros seis meses de vida. As fórmulas infantis podem funcionar como um suplemento relevante já a partir do nascimento, desde que a pediatra recomende. Se você está com dúvidas sobre alimentação e fórmula infantil para sua filha ou filho, entre em contato! Agendaremos uma consulta para responder todas as suas perguntas.