Vacina contra Covid para crianças

A vacinação é a forma mais acessível e eficaz de fortalecer o sistema imunológico de bebês, crianças e adolescentes. Em tempos de pandemia mundial da Covid-19, sabemos que o assunto “vacinação” ficou bastante controverso. Para ajudar a esclarecer alguns pontos do debate e destacar a importância da vacina contra Covid para crianças, resolvi trazer o tema para este texto.

Em novembro do ano passado, quando publiquei aqui no site um texto sobre vacinas, eu expliquei que a partir da década de 1980 surgiram novas metodologias para o desenvolvimento de vacinas, sejam usando a técnica de DNA recombinante, seja utilizando os métodos de RNA mensageiro do patógeno. As vacinas desenvolvidas a partir dessas novas metodologias reduziram drasticamente as reações e efeitos colaterais das vacinas nos pacientes que as recebem.

No Brasil, a vacina contra Covid para crianças, inicialmente aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), foi a do tipo RNA mensageiro, desenvolvida pelo consórcio Pfizer/BioNTech. Em janeiro deste ano, a Anvisa também aprovou a aplicação da CoronaVac, que é uma vacina desenvolvida pelos métodos mais tradicionais.

Transição alimentar

 

Vacina contra Covid para crianças: a importância da vacinação

Embora a grande maioria das crianças e dos adolescentes infectados pela Covid apresentarem sintomas leves ou nenhum sintoma, há casos que evoluem para quadros graves da doença. No Brasil e em outros lugares do mundo, já foi identificada a associação da Covid com a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica, a SIM-P. Como a síndrome metabólica infantil, a SIM-P não é uma patologia e sim uma condição, mas que abre caminho para doenças fatais.

Apesar de já identificada a associação da SIM-P com a Covid, a principal síndrome que a doença causa, tanto em adultos quanto em crianças, é a Síndrome Respiratória Aguda Grave, a SRAG. Em casos mais severos, a SRAG pode levar à internação em unidades de terapia intensiva (UTIs), com reposição de oxigênio no paciente, e à morte.

De acordo com o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass), entre fevereiro de 2020 a dezembro de 2021, mais de 1.400 crianças de 0 a 11 anos morreram de Covid no Brasil. Por mais que dezenas de milhares de crianças brasileiras tenham se recuperado da Covid, dados da Fiocruz mostram que, até o início de dezembro, quase 20 mil precisaram de internação para se recuperar da doença.

Portanto, a Covid é uma doença que, apesar de ser leve na maioria dos casos infantis, pode evoluir para quadros graves e provocar o óbito do paciente. E mesmo quando a criança ou adolescente se recupera, ele pode desenvolver a SIM-P, que vai gerar sequelas futuras.

 

As características das vacinas contra Covid autorizadas para crianças

Como já dissemos, no Brasil, a Anvisa autorizou o uso de duas vacinas contra Covid para crianças: a da Pfizer/BioNTech e a CoronaVac. Além de terem sido desenvolvidas usando metodologias diferentes, elas têm peculiaridades no que se refere ao esquema vacinal.

A vacina da Pfizer/BioNTech está autorizada para uso em crianças e adolescentes, de 5 a 17 anos de idade. Nunca é demais lembrar que, apesar de ter autorizada a aplicação da vacina da Pfizer/BioNTech em crianças de 5 a 11 anos em dezembro de 2021, a Anvisa já tinha autorizado, em junho de 2021, o uso dessa vacina para crianças e adolescentes com 12 anos ou mais. Já a CoronaVac só pode ser aplicada em crianças a partir dos 6 anos de idade – a autorização para o uso em pacientes dessa faixa etária foi publicada no dia 20 de janeiro.

Assim como com os adultos, tanto a vacina da Pfizer/BioNTech quanto a CoronaVac devem ser administradas em duas doses nas crianças. Entretanto o intervalo entre elas é diferente: quem toma a vacina da Pfizer/BioNTech tem que esperar pelo menos 21 dias para tomar a segunda dose. Já quem toma a primeira dose de CoronaVac tem que esperar 28 dias para tomar a segunda.

Vale lembrar que crianças que tomaram a primeira dose de um imunizante devem tomar a segunda dose do mesmo imunizante! Sendo assim, pequenas e pequenos que tomaram a primeira dose de Pfizer/BioNTech devem tomar a segunda dose também de Pfizer/BioNTech – e isso também vale para quem tomou CoronaVac.

Após tomada a segunda dose, o organismo leva de 10 a 20 dias para gerar a resposta imune, dependendo da vacina tomada. Nesse período, é normal aparecerem efeitos colaterais leves da vacina. Contudo, caso esses efeitos se agravem, leve sua filha ou seu filho à pediatra para uma consulta!

Nunca é demais lembrar que, mesmo após tomadas as duas doses da vacina, as medidas profiláticas contra a Covid devem seguir: distanciamento social, uso de máscara – especialmente em local fechado – e higienização frequente das mãos com água e sabão ou álcool em gel. Apesar de sinais positivos, a pandemia da Covid ainda não acabou e todos os cuidados ajudam no combate ao vírus!