Pneumonia infantil

Uma das marcas do inverno no Brasil, além da queda da temperatura, é a redução da umidade do ar. Aqui em Sete Lagoas essa baixa na umidade é ainda mais perceptível, uma vez que a região naturalmente tem umidade relativa do ar menor do que a média nacional. Essas condições climáticas são propícias para o surgimento e evolução de doenças respiratórias como a pneumonia infantil.

Nos meus atendimentos mais recentes, tenho identificado um sensível aumento de casos dessa patologia. A situação liga nosso alerta por ser uma doença que evolui rápido e, quando alcança um estado grave, provoca sintomas pesados que podem levar à internação e óbito do paciente. Dados de 2019 da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que a pneumonia é a doença que, no mundo, mais mata crianças com idade entre um e cinco anos.

A pneumonia caracteriza-se principalmente por uma infecção pulmonar, geralmente provocada por vírus ou bactéria. Em boa parte dos casos ela é a evolução de doenças respiratórias menos graves, como a gripe. Quando esta evolui, a carga viral ou bacteriana no corpo da criança fica tão grande que a infecção alcança o pulmão.

Transição alimentar

da criança 

Causa, transmissão e sintomas

A principal causa da pneumonia infantil são os microrganismos causadores de doenças de vias aéreas superiores menos severas, como a gripe. Esta, entretanto, é causada por diversos agentes etiológicos, por exemplo, o vírus Influenza.

Nossa imunidade para ele não é definitiva. Portanto, se a cepa do vírus que está circulando em determinado período é aquela para a qual a maior parte da população já perdeu a imunidade – talvez por ficar muito tempo sem tomar a vacina contra a gripe – ela pode se alastrar e infectar muita gente.

E há alguns tipos e vários subtipos de Influenza. Existem os tipos menos agressivos, como o Influenza C, e os que normalmente provocam epidemias sazonais, que são os do tipo B e A. Destes, há dois subtipos muito famosos entre nós: o H1N1 e o H3N2. Eles são conhecidos principalmente por sua rápida capacidade de contágio e pelos males que provocam num corpo que está com baixa imunidade contra o vírus.

A maioria dos casos de pneumonia infantil evoluem de uma gripe provocada por algum vírus. E quando estamos gripados, a imunidade reduz e ficamos mais suscetíveis a outros microrganismos, como bactérias.

As que causam a pneumonia infantil vivem nas vias aéreas superiores de alguns indivíduos saudáveis. Se, por acaso, a criança estiver passando por uma fase de baixa imunidade e absorver – seja inalando ou engolindo – ar, saliva ou secreções de uma pessoa que tem a bactéria, esta pode conseguir vencer a barreira imunológica e alcançar o tecido pulmonar, provocando a pneumonia infantil. Normalmente é assim que a versão bacteriana da doença se inicia.

Já os vírus que causam a gripe são altamente transmissíveis. E a forma mais comum de contágio é pelo ar: uma pessoa ao espirrar, tossir ou falar expele secreções, de vias respiratórias, contaminadas. Ao inalar essas secreções, a criança pode se infectar.

Os sintomas mais comuns da pneumonia infantil são tosse, respiração rápida, curta e ofegante, além de febre.

 

Pneumonia infantil: diagnóstico, prevenção e tratamento

O diagnóstico da doença começa com o exame clínico feito pela pediatra. Ela vai auscultar os pulmões para tentar identificar sons anormais enquanto a criança respira. Se houver suspeita de pneumonia, a pediatra poderá recomenda exames. A investigação mais minuciosa normalmente começa com uma radiografia de tórax. Em casos mais específicos, pode ser solicitado um exame de sangue.

A melhor forma de proteger sua filha ou filho da doença é estar em dia com as vacinas. No Plano Nacional de Imunização do Ministério da Saúde, a primeira dose da vacina contra as bactérias que causam a pneumonia infantil deve ser aplicada quando o bebê completa dois meses. Já a vacina contra o Influenza é aplicada quando o bebê completa seis meses e deve ser reforçada uma vez por ano.

Se a pneumonia infantil for diagnosticada, a pediatra recomendará o tratamento mais adequado de acordo com o tipo de patógeno causador e a severidade do quadro. Casos brandos de pneumonia infantil provocadas por vírus geralmente são tratados com repouso, administração de líquidos e, eventualmente, inalações, para ajudar na respiração. Se a doença tiver sido provocada por bactérias, a pediatra poderá receitar antibióticos. E nunca é demais lembrar: nenhum remédio deve ser administrado sem prévia consulta à pediatra.

A pneumonia infantil pode alcançar um nível de gravidade que demande internação; em casos de infecção por bactéria, pode ser necessária a administração intravenosa de antibiótico e o uso de equipamentos para auxiliar na respiração da criança.

Para diminuir os riscos da sua filha ou filho enfrentarem uma situação dessas, mantenha em dia as vacinas e as consultas de puericultura. Assim, aos menores sinais de problemas respiratórios, a pediatra poderá tratar a criança para que ela não desenvolva nenhuma doença grave.