Leite maduro: o principal alimento do bebê

Quem está acompanhando os últimos textos daqui do site e as últimas postagens lá no Instagram e Facebook já sabe que o aleitamento materno, sempre que possível, deve ser a única forma de alimentação das crianças nos primeiros seis meses de vida, como recomenda a Organização Mundial de Saúde (OMS). E na maior parte desses seis (ou mais) meses, o bebê vai se alimentar do leite maduro.

Quem me segue por aqui ou nas redes sociais também já sabe que, no mês que vem, celebramos o mês da amamentação, o Agosto Dourado. Para marcar a ocasião, tenho falado do aleitamento materno, explicando detalhadamente cada fase.

Em um texto que publiquei ainda no ano passado, falei das etapas da amamentação, explicando as três fases do leite materno – o colostro, o leite de transição e o leite maduro. Nos dois últimos textos daqui do site, falei especificamente sobre o colostro e o leite de transição. Hoje, neste texto, vou detalhar o leite maduro, que é produzido a partir do 15º dia de aleitamento e que será o alimento que o recém-nascido irá consumir até encerrar sua fase de amamentação.

Transição alimentar

 

Composições na última fase do leite

A primeira diferença entre o leite maduro e os dois estágios anteriores – o colostro e o leite de transição – é que aquele não tem composição e sim composições. É como se pudéssemos dividir a fase do leite maduro em duas subetapas.

A primeira é a que transcorre entre o 15º e o 30º dia de amamentação. A segunda inicia-se no segundo mês de amamentação, quando o leite maduro ganha uma composição mais estável, com muito menos mudanças se comparadas às que acontecem no primeiro mês de aleitamento materno.

A transformação de leite de transição para maduro é gradual. Entre a terceira e quarta semana de amamentação, o leite vai perdendo as concentrações de gordura e carboidrato e retomando uma das características do colostro: a de grande concentração de proteínas que aumentam a resistência do recém-nascido contra infecções.

A partir da quinta semana de aleitamento, o leite maduro chega a um equilíbrio entre carboidratos, gorduras e proteínas, especialmente as que atuam no sistema imunológico.

 

Leite maduro e o desenvolvimento do bebê

Assim como as duas fases anteriores de maturação do leite – o colostro e o leite de transição -, a composição do leite maduro está diretamente relacionada à evolução do organismo do bebê.

É entre a segunda e terceira semana de vida que o recém-nascido começará a experimentar os famosos picos de crescimento: períodos curtos, de poucos dias, nos quais o bebê vai demandar alimento em maior quantidade e consistência, ou seja, com mais gordura e carboidrato.

E a partir do segundo mês de vida o bebê ampliará sua interação com o mundo. Quem leu o texto que publiquei no finalzinho do ano passado, sobre desenvolvimento motor de bebês, talvez se lembre da minha explicação sobre a evolução muscular e motora dos recém-nascidos. No seu segundo mês, o bebê vai desenvolver uma pega um pouco mais firme e conseguir, mesmo que por pouco tempo, segurar objetos leves e macios. Também é nessa fase que o bebê inicia um tímido controle sobre a musculatura do pescoço: ele conseguirá levantar um pouco o queixo e fazer movimentos laterais curtos com a cabeça.

Se os picos de crescimento demandam energia em maior quantidade, a capacidade de realizar movimentos mais complexos exigirá mais proteção, já que aumentam os riscos de infecção. Ao conseguir segurar e movimentar objetos, o recém-nascido avança em sua fase oral, que é caracterizada pela tendência de levar tudo à boca. Essa habilidade amplia os riscos de infecção da criança.

É por causa de todo esse contexto que o leite, quando atinge o estágio final de maturidade, torna-se um elemento extremamente característico de cada relação mãe-filho. Isso porque o leite materno é desenvolvido a partir de componentes que saem do sangue da mãe. Portanto, se o bebê se infecta com algum microrganismo e o transmite para a mãe, é o sistema imunológico dela que vai desenvolver os anticorpos. Estes serão transmitidos ao filho por meio do leite maduro.

Em outras palavras, nesse estágio de maturidade, fica ainda mais evidente o quanto o leite materno é o alimento perfeito para o recém-nascido: ele é o nutriente que se adapta às condições que estão sendo vivenciadas por mãe e filho, sempre com o objetivo de protegê-lo e fortalecê-lo.

Pelo menos por seis meses o bebê se nutrirá do leite maduro. A partir de então, pode ser considerada a possibilidade realizar a transição alimentar – que deve ser acompanhada pela pediatra.

Entretanto, por mais importante que seja essa fase, ela não será tão crucial para o desenvolvimento do bebê quanto o período do aleitamento materno. Exatamente por ser tão decisiva para a saúde da criança ao longo de toda a infância que no próximo dia seis, início do Agosto Dourado, o mês da amamentação, eu conversarei com futuras mamães e papais! Na companhia da fonoaudióloga Pâmella Sousa e da nutricionista Priscila Castro, falaremos de aleitamento materno e de várias outras situações que o bebê e a mãe enfrentam nos primeiros seis meses de vida da criança: os testes de triagem, as vacinas, o quanto a qualidade da alimentação da mãe influencia no leite produzido para o filho…

A conversa vai acontecer a partir das 9h no auditório da seção Sete Lagoas da Associação Brasileira de Odontologia (ABO Sete Lagoas). O endereço é avenida Dr. Emílio de Vasconcelos Costa, 133, quarto andar, no centro de Sete Lagoas. Para confirmar sua presença, envie mensagem para o Instagram da Primeiros Passos ou da Pâmella! Esperamos vocês lá!