Cuidados com a pele do bebê
Há aproximadamente um mês eu comentei, em texto publicado aqui no site, sobre os impactos que as baixas temperatura e umidade do ar provocam no sistema respiratório das pequenas e pequenos. Esse tipo de clima, além de causar doenças respiratórias como a pneumonia infantil, também traz reflexos para a pele das crianças. Para proteger os recém-nascidos de condições às vezes severas, vou falar dos cuidados com a pele do bebê que devem ser adotados de acordo com o clima de inverno que está sendo vivenciado.
Se você estiver se perguntando o que significa “o clima de inverno que está sendo vivenciado”, eu explico: num país com dimensões continentais como o Brasil, as características do inverno variam muito entre as regiões. No Sudeste ele tende a ser frio e seco. No Sul é muito frio, variando de umidade conforme a proximidade com o litoral. No Nordeste as temperaturas caem e a umidade sobe. E no Norte a temperatura praticamente não se altera e a umidade vai caindo aos poucos.
Parte do inverno no país coincide com as férias escolares do meio do ano. E se por acaso mamães e papais resolvem viajar para longe com seus filhos, para talvez tentar aproveitar as praias do Nordeste ou até fazer turismo em regiões nas quais o inverno é mais rigoroso, a família vai enfrentar alterações consideráveis de temperatura e umidade se comparadas à região de Sete Lagoas. Portanto é importante ficar atento a alguns cuidados com a pele do bebê.
Peculiaridades da pele dos recém-nascidos
Aqui no site e no Instagram estamos recorrentemente falando sobre bebês e sempre lembramos: o recém-nascido ainda está desenvolvendo seus órgãos, mesmo depois do parto. E com a pele também é assim.
A pele dos bebês é muito delicada, tem aproximadamente 20% da espessura da de um adulto. E na parte mais externa na epiderme de um recém-nascido, o estrato córneo, as células são muito menos compactadas que em um indivíduo adulto.
Como a pele tem, enquanto principal função, a de agir como barreira entre o meio ambiente e o organismo – inclusive prevenindo desidratação por meio da perda de água corporal -, num recém-nascido essa função também estará imatura. Portanto, não é incomum que o bebê sofra com perda de água transepidérmica, especialmente em épocas de clima muito seco como o inverno do Sudeste brasileiro.
A delicadeza da pele do bebê também gera uma sensibilidade maior aos raios solares. Por ser uma pele de baixa pigmentação – quem leu o texto sobre icterícia neonatal vai se lembrar das particularidades da pigmentação em recém-nascidos -, há baixa capacidade de proteção contra a radiação solar.
Cuidados com a pele do bebê: o que é mais importante observar
Se o aumento da incidência da radiação ultravioleta, provocada pela destruição da camada de ozônio, já coloca em risco a saúde da pele dos adultos, imaginem em indivíduos com pele tão sensível? Sendo assim, o primeiro e principal cuidado é: evitar que o bebê seja exposto diretamente ao sol nos primeiros seis meses de vida.
Com uma pele tão imatura, ainda carecendo de aumento de atividade de glândulas sudoríparas, o bebê terá relativa dificuldade em regular a temperatura corporal. Por isso, na hora do banho, a água deve estar morna, a uma temperatura aproximada de 36º C. Além disso, sabonetes devem ser sempre de pH ácido, assim como o pH da pele.
Cosméticos só devem ser utilizados em recém-nascidos sob orientação da pediatra. Caso seja identificada alguma alergia, irritação ou dermatite, ela procederá com o diagnóstico para recomendar o melhor tratamento.
Para períodos de exposição ao sol em bebês com mais de seis meses, há uma importante exceção: é recomendável o uso de protetor solar. Ele deve ser aplicado aproximadamente 30 minutos antes do período de exposição. Prefira sempre os produtos recomendados para bebês.
Condições climáticas mais severas, como frio intenso associado à baixa umidade ou forte calor, exigem da pele de qualquer pessoa. Os cuidados com a pele do bebê, portanto, tornam-se ainda mais necessários, já que estamos falando de uma pele muito frágil. Siga as recomendações para proteger a proteção da sua filha ou filho. Em caso de dúvidas, não deixe de contatar a pediatra!