Suplementação na alimentação infantil
Sempre que falo de nutrição aqui no site, reforço a importância da alimentação de bebês, crianças e adolescentes ser a mais natural possível: nos primeiros seis meses só leite materno e, a partir de então, vegetais sem agrotóxicos e alimentos não processados. Mas há algumas situações de exceção que exigirão a suplementação na alimentação infantil.
No meu texto sobre transição alimentar expliquei que a introdução aos alimentos deve começar com frutas e, nas semanas seguintes, uma papinha que contenha tubérculos, verduras, legumes, proteínas e leguminosas. Esses ingredientes possuem todas as vitaminas e minerais que a criança precisa para seu desenvolvimento físico e mental.
Entretanto há casos em que a criança não se adapta a determinado alimento que é fonte de um nutriente muito importante. E nunca é demais lembrar que, apesar de se desenvolver com grande velocidade, o organismo do bebê e da criança na primeira infância ainda é frágil. Sendo assim, ele não pode passar muito tempo sem determinados nutrientes. É aí que entra a suplementação na alimentação infantil.
Quais nutrientes não podem faltar na alimentação das crianças?
Praticamente todos os nutrientes que estão na alimentação dos adultos também devem estar nas refeições das crianças. A diferença está principalmente na quantidade e na frequência. Bebês e crianças não podem passar muito tempo sem ingerir uma boa dose de determinados nutrientes.
O ferro é um dos principais nutrientes que deve estar na alimentação dos pequenos. Ele está na composição da hemoglobina, uma proteína das células vermelhas do sangue que é responsável por transportar oxigênio por todo corpo. Quando uma criança está com deficiência de ferro, o oxigênio circulará em menor quantidade e as células – especialmente as do cérebro, que é um órgão que precisa de muito oxigênio – não cumprirão suas funções normalmente.
Quase tão importante quanto o ferro para o transporte do oxigênio pelo corpo é a vitamina C. Ela atua na absorção do ferro pelas células vermelhas, acelerando a produção da hemoglobina.
O cálcio é outro mineral super importante para o desenvolvimento de bebês e crianças, pois é ele quem forma nossos ossos e dentes. E é na infância e adolescência que nosso aparelho musculoesquelético mais se desenvolve! Portanto, para que bebês, crianças e adolescentes efetivamente cresçam, sua alimentação deve conter boas doses de cálcio.
E para que o cálcio se fixe nos ossos e dentes, será necessária a vitamina D. Ela atua na regulagem da concentração de cálcio no organismo, equilibrando corretamente a fixação do cálcio nos ossos e dentes.
Outro mineral que precisa estar na dieta das crianças é o zinco. Ele é um elemento fundamental para diversos aspectos do metabolismo celular, especialmente como componente de membranas de vários tipos de células do nosso corpo, principalmente as do sistema imunológico. Em outras palavras, é o zinco que ajuda a multiplicar e dar maturidade às células de defesa de bebês e crianças.
Suplementação na alimentação infantil: tipos de suplementos
Bem diferente dos suplementos dos adultos, que normalmente vem em cápsulas e devem ser ingeridos como comprimidos, a suplementação na alimentação infantil é feita por meio de preparados que são mais fáceis de serem ingeridos.
Existem no mercado suplementos em forma de achocolatado, com zero açúcar, solúveis em leite e com grande concentração de vitaminas e sais minerais. Há também suplementos em forma de goma de mascar, também sem açúcar, sem corantes e com boas concentrações de vitaminas.
Apesar da disponibilidade dos suplementos alimentares para crianças ser bem maior e com produtos mais seguros, nenhum suplemento deve ser incluído na alimentação das crianças sem antes consultar a pediatra. Para recomendar o suplemento adequado, que irá suprir as carências de sais minerais e vitaminas do bebê ou criança, é necessária a análise do quadro da pequena ou pequeno.
Não deixe de trazer seu filho às consultas de puericultura. É nelas que meço o peso do seu filho, que avalio a evolução das habilidades motoras, cognitivas e conversamos sobre a alimentação. Todas essas avaliações são muito importantes para diagnosticar devidamente a possível carência de algum nutriente.