Banho do bebê

Quem vive aqui na região de Sete Lagoas está experimentando um calor fora do comum nesta primavera. E se você está sentindo calor, imagine o seu bebê, cujo organismo ainda não consegue regular a temperatura interna com precisão… Portanto, no texto de hoje, vou falar sobre o banho do bebê, destacando sua importância e quão prazeroso ele pode ser – especialmente em tempos de tanto calor!

Mas papais e mamães, vamos com calma: assim como sentem calor de forma diferente dos adultos, os bebês também se refrescam de forma diferente. Nesse calor, um bom banho frio nos deixa mais frescos e relaxados, mas isso não deve ser aplicado para bebês, especialmente os recém-nascidos!

Os primeiros banhos do bebê devem ser realizados usando água a uma temperatura de aproximadamente 36 ºC. Sim, a princípio isso pode soar como um banho quente, mas siga comigo aqui no texto que eu explico o porquê.

Transição alimentar

 

Características da pele do recém-nascido

No texto sobre cuidados com a pele do bebê expliquei que, assim como vários dos seus outros órgãos, a pele do recém-nascido ainda está em desenvolvimento mesmo após o nascimento. Ela tem aproximadamente 20% da espessura da de um adulto e no estrato córneo – a parte mais externa da epiderme – as células são muito menos compactadas.

Essas características tornam a pele do recém-nascido muito mais suscetível às agressões externas. E pode acreditar: a temperatura da água, para uma pele tão sensível, pode ser agressiva para a pele em si e também para todo o organismo do bebê!

Isso porque, como expliquei no início do texto, bebês ainda estão aprendendo a regular sua temperatura. Como as células do estrato córneo são menos compactadas, a pele do bebê troca mais líquidos e calor com o ambiente. Além disso, as camadas de tecido adiposo no bebê são muito menores. Como elas atuam como regulador térmico, o bebê é mais propenso à hipotermia. Por isso que, mesmo nesse calor, recém-nascidos não podem tomar banho frio! 

 

Banho do bebê: cuidados especiais de higiene

Para além da pele mais sensível do recém-nascido, que já exige cuidados especiais no banho, há vários outros pontos que devem ser observados com atenção. Vamos manter em mente que um bebê tem poucas defesas imunológicas; sendo assim, qualquer possível porta de entrada para microrganismos deve receber atenção redobrada.

Em recém-nascidos de até 25 dias, há de se tomar muitos cuidados com o coto umbilical. Este pode ser lavado, mas o banho não é suficiente. Portanto o coto umbilical deve receber higienização específica após o banho e a cada troca de fraldas, como já expliquei neste texto.

Outra possível porta de entrada para infecções e que deve receber higienização especial são as genitálias. Nas meninas, devem ser lavados os grandes e pequenos lábios e toda a região perianal, até bem próximo do ânus.

Meninos, que podem apresentar fimose fisiológica – uma condição muito comum e que tende a desaparecer em seis meses. Até lá, o pênis dos meninos também deve receber higienização mais cuidadosa: o prepúcio deve ser lavado, mas sem forçar o descolamento da glande. Meninos também devem ter sua região escrotal e perianal bem lavada: do saco escrotal até próximo ao ânus.

Seja para a pele e para a higienização de partes específicas, o banho do bebê deve ser feito sempre com sabonetes líquidos, sem detergentes e de pH ácido. Mas não abuse: deve ser usado pouco sabonete e é importante verificar os componentes dos produtos utilizados. Os sabonetes não devem ter abrasivos, corantes ou conservantes e devem ser utilizados por pouco tempo e principalmente na área suja.

Bebês com até um mês de vida podem lavar a cabeça apenas com água. A partir de então, podem ser usados o mesmo sabonete usado no banho. Papais e mamães: procurem produtos específicos para o uso infantil, uma vez que eles não geram ardor se, por acaso, caírem nos olhos.

Cuidadores que cumprem a periodicidade das consultas de puericultura com a pediatra recebem essas orientações no meu consultório. Caso você tenha alguma dúvida específica, entre em contato e agende uma consulta.

Todos os cuidados que citei podem ser realizados com diversão, transformando o banho no que ele é: um momento de relaxamento e prazer, dispersando o estresse tanto da criança quanto do cuidador! Não perca a oportunidade de transformar a experiência do banho num momento de vínculo com sua filha ou filho, mostrando para ele que diversão e cuidado podem estar juntos. Molhe-se e aproveite!