Autismo

Chamamos normalmente de autismo um transtorno mental sério e ainda pouco conhecido pela ciência. O transtorno do espectro autista (conhecido pela sigla TEA) está descrito na quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o DSM-5, como un trastorno neurológico que provoca déficit na capacidade de comunicação verbal e não verbal, ocasionando dificuldade na interação social e na reciprocidade sócio emocional, o que acaba gerando alterações comportamentais.

É importante destacar que o autismo não é uma doença e sim um transtorno. Suas causas ainda não são completamente conhecidas, mas pesquisas apontam que tanto fatores genéticos hereditários quanto fatores ambientais – inclusive na gestação – interferem no seu desenvolvimento.

Por ser um transtorno que não é tão facilmente diagnosticado, os números da prevalência do autismo no mundo não são exatamente precisos. A Organização Mundial de Saúde, a partir dos estudos disponíveis, estima que uma em cada 160 crianças no mundo apresenta algum nível de TEA.

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Causas e sinais

O autismo é um distúrbio complexo com causas multifatoriais, tanto genéticas quanto ambientais. De acordo com o DSM-5, até 15% dos casos de TEA parecem estar associados a uma mutação genética conhecida. Contudo, o próprio DSM-5 alerta: mesmo quando o TEA está associado a uma mutação genética, ela não é a única causa do transtorno.

São vários os fatores ambientais relacionados ao autismo. Desde a idade avançada dos pais, passando por condições da gestação – estresse, infecções e uso de medicamentos com ácido valpróico – influenciam no desenvolvimento do TEA.

Os sinais que apontam para o autismo também são vários e mudam muito entre os pacientes. Normalmente eles se manifestam entre o primeiro e segundo ano de vida do bebê e raramente evoluem ou regridem.

Os sinais também variam de acordo com o nível de gravidade do transtorno. A DSM-5 classifica três níveis de TEA:

  • Nível “exigindo apoio” → apresenta déficit na comunicação social, com dificuldades para iniciar interações; oferece respostas atípicas e sem sucesso. Pode apresentar interesse reduzido em interações.
  • Nível “exigindo apoio substancial” → apresenta déficit grave nas habilidades de comunicação verbal e não verbal, limitação para iniciar interações e apresenta respostas reduzidas ou anormais à abertura social proveniente dos outros.
  • Nível “exigindo apoio muito substancial” → apresenta déficit grave na habilidade de comunicação verbal e não verbal, a ponto da fala ficar inteligível. Essa condição acaba provocando prejuízos graves de funcionamento, limitando inclusive as capacidades comportamentais do indivíduo.

 

Autismo: diagnóstico, prevenção e tratamento

É importante salientar que, apesar de serem muitos, os sinais que sugerem o TEA também aparecem em pacientes com outros transtornos, o que dificulta o diagnóstico. O autismo é um transtorno tão complexo que recomenda-se uma equipe multidisciplinar para concluir o diagnóstico. Além da pediatra, é importante que um psicólogo, fonoaudiólogo e psiquiatra examinem o paciente.

Quanto mais precocemente o diagnóstico acontecer, maiores são as chances dos tratamentos gerarem resultados satisfatórios. Além da observação do comportamento feito pela pediatra e outros especialistas, informações sobre a gestação e o parto ajudam no fechamento de diagnóstico. Em raros casos – e sempre avaliado pela pediatra – podem ser solicitados exames com o intuito de excluir a hipótese de outras patologias ou transtornos.

Não há como prevenir o TEA mas há atitudes que podem ser tomadas para reduzir os riscos gerados pelos fatores ambientais. Essas atitudes referem-se, principalmente, a uma gestação saudável.

Infecções no período gestacional, uso de ácido valpróico durante a gravidez são alguns dos fatores apontados como influenciadores do irregular desenvolvimento fetal e consequente provocador do autismo. Portanto é fundamental que as gestantes sejam devidamente acompanhadas, tanto para tratar possíveis infecções quanto para jamais administrar medicamentos sem orientação médica.

O autismo não tem cura mas tem tratamento e ele passa, principalmente, por terapias comportamentais e ocupacionais. Se o diagnóstico for feito rapidamente e a criança for acompanhada desde muito nova, os resultados das terapias são muito bons!

A depender do nível de TEA, além das terapias, podem ser necessárias sessões de fonoaudiologia, para o desenvolvimento das habilidades verbais de comunicação, e suplementos alimentares que favoreçam o desenvolvimento do sistema nervoso central. Contudo, qualquer tipo de suplemento – ou em casos extremos, medicamento – só deve ser administrado com consulta prévia à pediatra e ao psicanalista que acompanha o paciente. Alguns dos psicofármacos utilizados no tratamento do autismo podem provocar efeitos colaterais importantes no paciente. Portanto, consulte os médicos que acompanham sua filha ou filho.

Apesar de preocupante, o autismo é um transtorno que pode ser tratado, ajudando a criança a ter uma infância saudável. A orientação e acompanhamento médico e psicológico são importantes, mas eles jamais substituem o acolhimento e carinho de toda família a essa pessoinha com essa condição diferente, mas também especial!